quinta-feira, 8 de abril de 2010

TECNOLOGIA VERDE

Talvez ainda não seja na próxima década que o mundo conquiste uma frota de veículos inteiramente sustentável, mas já contará com automóveis bem menos poluentes do que os atuais. O uso de sistemas que permitem maior rendimento dos motores ao mesmo tempo em que reduz o consumo energético do carro, além da abolição de componentes até então considerados importantes e insubstituíveis, somada à adição de materiais inovadores e recivláveis, permitiram que a indústria automotiva lançasse nos últimos anos tecnologias que transformaram por completo o mundo automotivo e sociedades inteiras. Basta ver o sucesso dos carros bicombustíveis no Brasil. Lançado no país em 2003 pela Volkswagen, o motor flex, como ficou conhecido, equipa hoje 88% de todos os carros vendidos por aqui e permite que o brasileiro escolha o combustível com que deseja rodar. Passamos, pois, a consumir um combustível renovável e com menores taxas de emissões de poluentes. Agora, a tecnologia está migrando para motocicletas e veículos comerciais pesados e off roads. 
     Se é ao meio ambiente que boa parte das mudanças tecnológicas beneficia, foi por causa dele também que os engenheiros chegaram até elas. Na última década, os níveis de emissões de poluentes permitidos pelo Proconve, no Brasil, fizeram com que a indústria buscasse alternativas para fazer com que os carros emitissem cada vez menos gases nocivos, como o monóxido de carbono ou o óxido de nitrogênio. 
     Só no ano passado, dezenas de empresas lançaram produtos de motores e compressores até rolamentos e freios, capazes de diminuir a queima de combustível e, assim, impedir a emissão de mais poluentes no ar.
     Segundo alguns fabricantes de autopeças e veículos, faltaram no país, nesses últimos anos, mais leis e programas como o de inspeção ambiental da cidade de São Paulo, para garantir que a busca por produtos mais sustentáveis fosse um compromisso de todos. Mas com ou sem incentivos governamentais,  o fato é que a indústria automotiva terá que achar produtos e tecnologias cada vez mais limpas. A Plascar, por exemplo, aboliu o uso de CFC (cloro-fluorcarbono) e HCFC - gases nocivos à camada de ozônio - em seus produtos em 1994. Hoje, a empresa é reconhecida no mercado pelas ousadia em lançar produtos confeccionados com matérias-primas naturais, como as fibras de coco, do bagaço da cana-de-açucar ou a juta, entre outras tantas, ou recicladas, como as garrafas PET.
     Mas, desenvolver e manter estudos permanentes para a busca de compnentes mais limpos não é nada barato. Geralmente os engenheiros das empresas que mantém esses projetos trabalham anos a fio antes de disponibilizar ao mercado um novo item; além disso, até que esses produtos conquistem o mercado, sua escala de produção é reduzidíssima, mais artesanal, exigindo uma mão de obra mais excessiva, o que impacta diretamente no custo final do produto. Vencida a etapa de lançamento, é a vez dos fabricantes de autopeças convencerem as montadoras a aplicar os novos ítens em seus carros e, por sua vez, a indústria precisará mostrar ao consumidor final os benefícios de se investir em produtos mais sustentáveis. Quando todos estiverem devidamente convencidos e a escala produtiva desses produtos subir, os preços cobrados por eles tendem a cair, assim como a poluição hoje derivada da indústria.

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